Summary: | Michel Foucault afirma que seus livros não são tratados de filosofia nem estudos históricos; mas que são, no máximo, fragmentos filosóficos em canteiros históricos, o que torna possível dizer que suas pesquisas se situam entre a reflexão filosófica e a prática historiográfica, sendo que o que está na perspectiva de sua história é o próprio presente. Trata-se de interrogar a irrupção dos acontecimentos que produziram nossa atualidade e investigar historicamente como e porque nos tornamos o que somos. Na abordagem da história pela genealogia, a análise foucaultiana recai sobre o saber em termos de estratégia e táticas de poder, o que implica situar o saber no embate das lutas e a verdade no jogo da disputa. O propósito aqui é remeter a discussão da história genealógica para o campo da educação, entendendo que ferramentas genealógicas podem fornecer elementos para a suspeição e o questionamento acerca não só da constituição da educação, mas também da própria noção de história, permitindo compreender a construção discursiva das memórias educacionais como efeitos de vontades de verdade.
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