Summary: | Apesar do diagnóstico da anemia infecciosa e mais evidências recentes de infecção em campo (Brentano & Ottati, 1999), não havia até hoje dados disponíveis da prevalência do vírus da anemia das galinhas (CAV) no Brasil. Uma vez que o conhecimento da prevalência do vírus e da distribuição de anticorpos nos lotes de matrizes é essencial para o delineamento de estratégias de controle da doença, realizamos um levantamento em 5 Estados com produção comercial intensiva de linhas de corte, abrangendo lotes de aves com diferentes idades. De 2.355 soros testados por ELISA, 89% foram positivos, indicando a alta prevalência do CAV no Brasil, em todos os Estados testados. A análise do soro de aves das 6 até as 70 semanas de idade demonstrou que lotes de 6 a 18 semanas apresentam desuniformidade na imunidade ao CAV, caracterizada por títulos de anticorpos abaixo dos níveis considerados protetores e aves ainda negativas para o CAV. A desuniformidade nos títulos de anticorpos e a ausência dos mesmos são evidentes ainda, mas em menor proporção também até as 24 semanas, enquanto que apenas partir das 25 semanas há 100% de soroconversão, acompanhada de significativa redução da desuniformidade no título de anticorpos das matrizes para menos de 2,5% das aves. Esses resultados fornecem evidência de uma progressiva disseminação do vírus em matrizes de corte, mas com riscos da presença de aves ainda susceptíveis à transmissão vertical e inadequada transferência de imunidade passiva no início do período de postura, que podem culminar em surtos da doença na progênie.
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