Summary: | Através de etnografias realizadas em dois assentamentos no Rio Grande do Sul, discute-se os processos de coesão social interna e sua potencialidade em estancar a evasão e a rotatividade dos assentados. A adoção da perspectiva da sociologia da crítica de Boltanski, em associação com aportes pontuais de Bourdieu, Wolf e Elias, permitiu compreender os processos de mobilidade e de construção da coesão social dos assentados. Essa última é relacionada à reciprocidade, em especial ao parentesco e às relações religiosas e de vizinhança. Verificou-se que os assentados, cada vez mais situados na "cidade doméstica", estão construindo processos corporativos, ainda que de forma negociada com o MST, INCRA e vizinhança. Não se encontrou correlação entre a evasão e diversas variáveis relacionadas à dimensão material nos 193 assentamentos pesquisados.
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