Summary: | O presente artigo tem por objetivo discutir a noção de pessoa ou constituição de sujeito, enquanto ideologia a partir dos valores civilizatórios africanos construídos nos terreiros de Candomblé como proposta estratégica de combate a necropolítica, um conceito exposto por Achille Mbembe, mas aqui refletido para um recorte brasileiro. A tomada de consciência negra, ou seja, a consciência de si com viés africano se tornam processo imprescindível de conhecimento das consequências do apagão cultural e o desnorteamento existencial que a população negra tem sofrido e por isso essa perspectiva é um marco na ruptura do pensar eurocêntrico para o afroperspectivismo. Sob esses pressupostos, este trabalho perpassa prioritariamente pela ótica de autores da América do Sul, africanos e sacerdotes nos cultos de matriz africana via Brasil – África. Visando relacionar conceitos de colonialidade, ancestralidade e consciência negra como círculo de mudança, existência e enfrentamento ao atual cenário político. Perpassando pela retomada da historicidade dos povos africanos e processos migratórios, meios de lutas desde o colonialismo do século XIX até chegar à atual formação política e cosmológica de espaços autodenominados por Terreiros de Candomblé com uma multiversa constituição de sujeito/pessoa e mutue.
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