Summary: | Indicador de saúde tradicionalmente valorizado e reconhecido, a mortalidade infantil é ainda um desafio para os governos e instituições nacionais e internacionais interessadas/envolvidas na luta pelo seu declínio. Suas causas estão ligadas basicamente às pneumonias e às gastroenterites; patologias que têm seu círculo vicioso agravado e/ou desencadeado pela desnutrição. Em busca de uma abordagem menos biológica, e no fundo de intervenções mais efetivas e eficazes, os estudos mais recentes têm sido direcionados aos fatores socioeconômicos que aumentariam o risco de doença e de morte no primeiro ano de vida. Classe social, escolaridade materna, saneamento básico e renda familiar são algumas das variáveis às quais se atribui esse risco diferenciado. Um instigante questionamento, entretanto, persiste: considerando famílias da mesma classe social, renda familiar e escolaridade materna, por exemplo, por que em algumas morrem crianças pequenas e em outras não? Esse questionamento inspirou este artigo que, a partir da teoria da auto-organização, busca contribuir para o elucidamento dos complexos mecanismos envolvidos na morte de crianças no primeiro ano de vida. Parte-se do pressuposto de que a dinâmica familiar, compreendida dentro do conceito de auto-organização, cria as condições para esse aumentado risco de mortalidade infantil.
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