Summary: | O presente artigo analisa as potenciais contribuições que a teoria da comunicação pode oferecer à teoria dos imaginários sociais a partir de um debate acerca da ambiguidade que uma perspetiva comunicacional encerra. Com efeito, podemos utilizar a comunicação como objeto empírico de estudo dos imaginários. Mas podemos, igualmente, apropriar-nos da comunicação como ângulo de análise capaz de mobilizar um trabalho comunicacional em torno dos imaginários sociais. Adotando esta segunda hipótese, releva-se a possibilidade dos imaginários sociais se assumirem como formas de interação simbólica (em sentido lato) comunicativamente determinadas. Com efeito, é defendido que a ação imaginante denota uma ordem comunicacional. Reconhecer esta dimensão comunicacional dos imaginários sociais envolve ponderar o papel da publicidade na figuração e re-figuração dos imaginários sociais e por isso propomos a noção de “imaginal público” enquanto fluxo imaginante, como um campo de proliferação de imagens e símbolos onde podemos observar as rotas e os trajetos dos imaginários sociais nos seus muitos processos de diferenciação e consolidação.
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