Florbela Espanca e Gilka Machado: Liliths da modernidade

Procura-se apontar a presença do mito de Lilith em poemas de Florbela Espanca e Gilka Machado. Esse mito possui origens longínquas e é ligado à mitologia da criação, representando a primeira demonstração de rebeldia feminina face ao domínio do macho. Lilith reúne as qualidades do ego feminino indivi...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Rosana Gonçalves
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2012-12-01
Series:FronteiraZ
Subjects:
Online Access:https://revistas.pucsp.br/fronteiraz/article/view/13032
Description
Summary:Procura-se apontar a presença do mito de Lilith em poemas de Florbela Espanca e Gilka Machado. Esse mito possui origens longínquas e é ligado à mitologia da criação, representando a primeira demonstração de rebeldia feminina face ao domínio do macho. Lilith reúne as qualidades do ego feminino individualizado e, em literatura, interessa-nos, sobretudo, pela luta na afirmação do direito à liberdade e ao prazer femininos. É o símbolo da mulher que paga o preço por ser diferente, perdendo-se a si própria e sendo forçada a abdicar do amor. Ambas as poetas cristalizaram esse sentimento numa poesia que nos leva a pensar no destino da infelicidade que acompanha mulheres que ousam se contrapor às convenções sociais. Serão analisados, à luz do mito, poemas do Livro de Mágoas, de Florbela Espanca, e Cristais Partidos, de Gilka Machado, mulheres que fizeram a diferença pelo forte apego aos símbolos e pelo respeito à tradição formal aliados a uma mensagem extremamente subjetiva de contestação e indignação com a situação de “malditas” que, assim como Lilith, partilhavam.
ISSN:1983-4373