Summary: | O artigo aborda o movimento nas redes de defesa dos Direitos Humanos no Chile que se desenvolveu no período da ditadura cívico-militar de Pinochet, entre 1973 e 1990, em um contexto multinacional. Além das boas relações que o governo da Unidade Popular havia estabelecido com os diversos governos através de suas embaixadas, se propõe que houve outros fatores que incidiram no rápido apoio internacional aos organismos criados no Chile para auxiliar aos perseguidos pelo regime. Argumenta-se que tanto o conhecimento quanto os contatos em nível internacional que alguns representantes da igreja adquiriram em termos de refúgio durante a Unidade Popular – , sobretudo durante o impacto que gerou em setores progressistas da Europa e da América Latina, o golpe de estado e a morte do presidente Allende –, levaram à resposta imediata da rede do movimento internacional de apoio para a defesa dos direitos humanos no Chile. Deste modo, as bases de cooperação internacional por parte de agências doadoras, dos organismos das Nações Unidas, do Conselho Mundial de Igrejas e de governos e ONGs de diversos países sentou-se nos primeiros meses após o golpe e se desenvolveu ao longo dos quase 17 anos de ditadura. Todas essas organizações criaram redes transnacionais reais para apoiar as vítimas da repressão que cruzaram as fronteiras do Chile e atuaram regional e globalmente. Durante este período, as organizações de defesa dos Direitos Humanos no Chile apoiados pelo movimento internacional, aprendeu a agir de forma tão eficaz quanto possível, criando um modus operandi e uma cultura de Direitos Humanos, que teve repercussão internacional. O precedente é ilustrado através do caso do FASIC. Finalmente, argumenta-se que essa cultura deixou a sua marca nos atuais movimentos sociais, onde setores da sociedade civil, especialmente os jovens, lutam por reivindicações sociais, culturais e de gênero que foram adiadas por muito tempo
|