Summary: | A função do presente texto é a de colocar em evidência o fato de que a reflexão sobre a paz emerge como elemento indispensável da fé cristã, sobretudo nos séculos XV-XVI, no confronto direto com o Islã. Tomando como base o pensamento de Erasmo de Roterdan, alargaremos nosso discurso a outros autores desse período – Nicolau de Cusa, Bartolomeu Las Casas e Martinho Lutero. A questão islâmica será abordada a partir do
que ela representa para esses cristãos, que se vêem obrigados a aprofundar as exigências da própria fé. A paz, ou seja, o não uso da força (coação) apresenta-se como o elemento discriminante entre as duas religiões. O tema estudado não pertence somente ao passado; assim sendo, com a intenção explícita de fazer ver sua atualidade, retomamos o discurso de S. S. Papa Bento XVI junto a Universidade de Regensburg em 12 de setembro de 2006. Infelizmente, um discurso de valor inestimável não pôde, como deveria, ser avaliado não só por estudiosos, mas também por todos aqueles que concebem a religião como elemento imprescindível de uma cultura, capaz de formá-la e moldá-la na árdua
tarefa de construção de relações mais humanas e pacíficas.
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