Summary: | A figura do avô judeu ocupa um lugar central em duas narrativas de teor autobiográfico: O mundo em que vivi (1949) de Ilse Losa e “Gringuinho”, de Contos do imigrante (1956), de Samuel Rawet. Nelas, o papel do avô é importantíssimo para a consolidação da identidade judaica na infância dos protagonistas, por meio da transmissão de um judaísmo ético e afetivo. No contexto histórico da Segunda Guerra Mundial, marcado pelo antissemitismo na terra natal e pela xenofobia na terra de acolhida, essa figura consolida-se como um esteio comunitário fundamental face à ameaça de desintegração do núcleo familiar judaico. Propomos, portanto, por meio da análise literária das duas narrativas, uma reflexão sócio-histórica em torno dessa figura, que pode ser associada ao ancião bíblico. Pretendemos, ainda, alargar as definições do romance de formação enquanto gênero literário, tomando por base o conto de Rawet.
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