DECRÉPITOS, ANÊMICOS, TUBERCULOSOS: AFRICANOS NA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DA BAHIA (1867-1872)

Resumo Utilizando registros de entrada de pacientes no hospital da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, fontes inéditas levantadas no arquivo da instituição, discuto neste artigo o tema das doenças de africanos que viviam em Salvador na década de 1870. Embora imaginemos que muitos destes estrangeiro...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Gabriela dos Reis Sampaio
Format: Article
Language:Spanish
Published: Universidade Federal de São Paulo
Series:Almanack
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2236-46332019000200207&lng=en&tlng=en
Description
Summary:Resumo Utilizando registros de entrada de pacientes no hospital da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, fontes inéditas levantadas no arquivo da instituição, discuto neste artigo o tema das doenças de africanos que viviam em Salvador na década de 1870. Embora imaginemos que muitos destes estrangeiros buscassem, por razões culturais e religiosas, práticas de cura alternativas à medicina oficial, muitas vezes era necessário recorrer ao hospital para lidar com os terríveis males físicos que os afligiam. A partir da análise de uma amostra inicial dos registros da Santa Casa, busco compreender a presença de africanos que foram atendidos pelo hospital da instituição para chegar mais perto de quem eram e como viviam. Os dados revelam, além de nomes, idades, condição, estado civil, profissão, cor e naturalidade, as moléstias que acometiam os pacientes, a data da entrada, a enfermaria para onde eram levados e a data da saída - ou, se fosse o caso, do óbito. O texto passa também pelas concepções médicas da época sobre as doenças dos africanos, bem como as condições de funcionamento da própria instituição, relacionando com parte da vasta bibliografia existente sobre o tema da saúde dos escravos. O artigo é concluído com a narrativa da história de um africano, especulando sobre as possibilidades e caminhos que poderia ter seguido - e que eram comuns à maioria dos africanos - ao longo de sua vida.
ISSN:2236-4633