Summary: | A reprodução assistida (RA), é um fenômeno que exprime a importância de “ter” filhos na nossa sociedade, longe de um terreno tranquilo, essas técnicas evocam sentimentos híbridos, sobretudo quando falamos da doação de gametas. No Brasil, as doações são anônimas e tem sido centralizadas em um único banco de gametas, deixando un vácuo nas informações acerca de suas motivações. A forma como os doadores são selecionados é o tema central desse artigo. As pessoas que irão se beneficiar de uma doação de gametas recebem uma lista que contém informações como tipo sanguíneo, orígem étnica, religião, cor da pele, cor dos olhos, hobby e altura. Tais dados falam de dois conjuntos de informações que remetem ao binômio, tanto discutido na antropologia: natureza e cultura. O objetivo desse artigo é problematizar qual o lugar das informações como orientação religiosa para a escolha de um doador. Essa discussão está situada na relevância de debates acerca de noções de transmissão e hereditariedade para a identidade pessoal e familiar.
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