A PELE (LEI) DA ESCRITURA: DURAS E O QUE PERDURA DE PERDA PURA

A relação entre lei e escritura é o tema central desse trabalho. Destacamos, como textos básicos, A Doença da Morte, de Duras e Televisão, de Lacan. A expressão lacaniana: "do que perdura de perda pura ao que só aposta do pai ao pior" serviu-nos como fundamento para pensar a "dura...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Arminda Silva de Serpa
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal do Ceará 2014-02-01
Series:Revista de Psicologia
Subjects:
Online Access:http://periodicos.ufc.br/psicologiaufc/article/view/797
id doaj-31670031f5ab47aea219152843b25e10
record_format Article
spelling doaj-31670031f5ab47aea219152843b25e102021-07-02T02:20:00ZengUniversidade Federal do CearáRevista de Psicologia0102-12222179-17402014-02-0141850A PELE (LEI) DA ESCRITURA: DURAS E O QUE PERDURA DE PERDA PURAArminda Silva de Serpa0Escola de Psicanálise - Corpo FreudianoA relação entre lei e escritura é o tema central desse trabalho. Destacamos, como textos básicos, A Doença da Morte, de Duras e Televisão, de Lacan. A expressão lacaniana: "do que perdura de perda pura ao que só aposta do pai ao pior" serviu-nos como fundamento para pensar a "dura lex" da dissolução, que também poderia ser chamada de "perda pura" ou ainda o "toque do real". Duras escreve sobre a ausência, a vivência trágica do abandono; o lugar do erótico como fenda, intermitência; a festa da língua e o "jogo da mão quente", ou seja, sobre "babel feliz". Esta teia das confusões da língua, do entrelaçamento de línguas foi denominada por Barthes como texto do prazer e prazer do texto, isto é, a escritura como pura fruição. Esta é analisada aqui através do que Brandão denominou de narrativa-espelho, apreendida como metáfora do reflexo, refluxo e do corte, relacionada ao simbólico, imaginário e ao conceito de real. O literário, desta forma, é visto como território da miragem, da "língua secreta" do sexo e da castração; da "inversão nos lábios" e "ouvidos" ou "lituraterra", letra e lixo. Terra. Nesta outra versão do que está dentro, mas fora; do que está fora, mas dentro – Lacan aponta o nó da escritura de Duras como um belo envoltório. Nele, o centro está no perigo do olhar, da angústia. Nosso estudo, portanto, é uma leitura de Duras, atravessada por outra de Lacan sobre Duras, como uma técnica en Abyme. A prática da letra em Duras é reveladora, segundo Lacan, de uma escrita do inconsciente pois expõe a convergência entre a demanda da letra, do desejo e a angústia da lei da "perda pura". Do almar.http://periodicos.ufc.br/psicologiaufc/article/view/797lei, escritura, Lacan, Duras.
collection DOAJ
language English
format Article
sources DOAJ
author Arminda Silva de Serpa
spellingShingle Arminda Silva de Serpa
A PELE (LEI) DA ESCRITURA: DURAS E O QUE PERDURA DE PERDA PURA
Revista de Psicologia
lei, escritura, Lacan, Duras.
author_facet Arminda Silva de Serpa
author_sort Arminda Silva de Serpa
title A PELE (LEI) DA ESCRITURA: DURAS E O QUE PERDURA DE PERDA PURA
title_short A PELE (LEI) DA ESCRITURA: DURAS E O QUE PERDURA DE PERDA PURA
title_full A PELE (LEI) DA ESCRITURA: DURAS E O QUE PERDURA DE PERDA PURA
title_fullStr A PELE (LEI) DA ESCRITURA: DURAS E O QUE PERDURA DE PERDA PURA
title_full_unstemmed A PELE (LEI) DA ESCRITURA: DURAS E O QUE PERDURA DE PERDA PURA
title_sort pele (lei) da escritura: duras e o que perdura de perda pura
publisher Universidade Federal do Ceará
series Revista de Psicologia
issn 0102-1222
2179-1740
publishDate 2014-02-01
description A relação entre lei e escritura é o tema central desse trabalho. Destacamos, como textos básicos, A Doença da Morte, de Duras e Televisão, de Lacan. A expressão lacaniana: "do que perdura de perda pura ao que só aposta do pai ao pior" serviu-nos como fundamento para pensar a "dura lex" da dissolução, que também poderia ser chamada de "perda pura" ou ainda o "toque do real". Duras escreve sobre a ausência, a vivência trágica do abandono; o lugar do erótico como fenda, intermitência; a festa da língua e o "jogo da mão quente", ou seja, sobre "babel feliz". Esta teia das confusões da língua, do entrelaçamento de línguas foi denominada por Barthes como texto do prazer e prazer do texto, isto é, a escritura como pura fruição. Esta é analisada aqui através do que Brandão denominou de narrativa-espelho, apreendida como metáfora do reflexo, refluxo e do corte, relacionada ao simbólico, imaginário e ao conceito de real. O literário, desta forma, é visto como território da miragem, da "língua secreta" do sexo e da castração; da "inversão nos lábios" e "ouvidos" ou "lituraterra", letra e lixo. Terra. Nesta outra versão do que está dentro, mas fora; do que está fora, mas dentro – Lacan aponta o nó da escritura de Duras como um belo envoltório. Nele, o centro está no perigo do olhar, da angústia. Nosso estudo, portanto, é uma leitura de Duras, atravessada por outra de Lacan sobre Duras, como uma técnica en Abyme. A prática da letra em Duras é reveladora, segundo Lacan, de uma escrita do inconsciente pois expõe a convergência entre a demanda da letra, do desejo e a angústia da lei da "perda pura". Do almar.
topic lei, escritura, Lacan, Duras.
url http://periodicos.ufc.br/psicologiaufc/article/view/797
work_keys_str_mv AT armindasilvadeserpa apeleleidaescrituraduraseoqueperduradeperdapura
AT armindasilvadeserpa peleleidaescrituraduraseoqueperduradeperdapura
_version_ 1721343457853702144