Summary: | Este artigo prossegue na discussão sobre o papel do duplo no mundo desencantado da era liberal. Por meio da análise de algumas histórias de Henry James e de Machado de Assis, ele investiga a figuração do sujeito, esvaziado e iludido, assombrado por seu outro eu mutilado - imagem replicada tornada pavorosa pelo horror que o homem moderno comete contra si próprio. As narrativas de Machado, além disso, ao evocar personagens como que possuídos por vestígios de sua "herança bestial" ou por projeções de feitos mundanos (que eles metonimicamente tomam como sua essência integral), desestabilizam ainda mais o conceito de individuação. Nos dois autores, lidar com esse paradoxo também significa conduzir a narrativa a seus momentos negativos ou de falência, quando narrar deixa de ser possível.
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