Leitor-crítico, leitor-poeta: a marginália de Mário de Andrade em Machado de Assis parnasiano

Na marginália de Mário de Andrade, leitor-poeta e leitor-crítico, nas obras do parnasianismo em suas estantes, coexistem admiração e análise minuciosa. A admiração sugere uma espécie de impregnação no moço poeta que externa seu entusiasmo e se empenha em análises ainda elementares, até moralistas, m...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Ligia Rivello Baranda Kimori
Format: Article
Language:English
Published: Universidade de São Paulo 2018-12-01
Series:Manuscrítica
Subjects:
Online Access:https://www.revistas.usp.br/manuscritica/article/view/177912
Description
Summary:Na marginália de Mário de Andrade, leitor-poeta e leitor-crítico, nas obras do parnasianismo em suas estantes, coexistem admiração e análise minuciosa. A admiração sugere uma espécie de impregnação no moço poeta que externa seu entusiasmo e se empenha em análises ainda elementares, até moralistas, mas reveladoras de um conhecimento sólido de versificação e de fecunda imaginação crítica. Este estudo se detém no leitor que conserva dois exemplares de Poesias completas, de Machado de Assis, em duas edições distintas. São elas: a de 1902, dotada de rica marginália a grafite e a tinta preta, reportando-se às primeiras anotações sistematizadas; a de 1924, com apenas duas correções tipográficas, a lápis. Leitor de Machado de Assis parnasiano, Mário de Andrade integra-se àquela poesia que, como matriz, o faz poetar. Na biblioteca do escritor-leitor, armazém de ideias, a marginália, plasmada aos livros parnasianos, materializa manuscritos autógrafos que advêm da leitura atenta e significam lições recebidas pelo poeta modernista e análises do crítico do parnasianismo.
ISSN:1415-4498
2596-2477