Summary: | Introdução: O Streptococcus pneumoniae constitui a causa mais frequente de bacteriémia e pneumonia e a segunda causa de meningite bacteriana em idade pediátrica. A doença pneumocócica invasiva (DPI) permanece uma importante causa de morbimortalidade.
Objectivos: Avaliar a frequência de DPI na área de influência do Hospital de Vila Real, aspectos relacionados com a patologia e o impacto da vacinação anti-pneumocócica.
Material e métodos: Análise retrospectiva dos processos de crianças admitidas com DPI no período compreendido entre 01/Janeiro/2000 e 31/Dezembro/2012. Analisaram-se características socio-demográficas, epidemiológicas, clínicas e microbiológicas.
Resultados: Identificaram-se 32 casos de DPI, 59,4% no primeiro ano de vida. Dos casos analisados, 28,1% apresentavam vacinação anti-pneumocócica e 15,6% pertenciam a grupos de risco. O sexo masculino foi o mais afectado. O diagnóstico mais frequente foi pneumonia com bacteriémia (50%). Em 90,6% dos casos, o microrganismo foi isolado em hemocultura e em 9,4% em hemocultura e cultura de líquor simultaneamente, tendo-se verificado resistências em 15,6%. O serótipo mais frequente foi o 1, seguido do 19A. Oito crianças apresentaram complicações precoces e duas evoluíram com sequelas. Não se verificaram óbitos.
Discussão e Comentários: A introdução da vacina anti-pneumocócica teve um papel importante na redução do número de casos ao longo dos anos. Verificámos predomínio de serótipos não vacinais. A identificação do padrão de resistência aos antimicrobianos e a caracterização epidemiológica dos serótipos mais frequentes em Portugal assumem particular interesse na abordagem da criança com DPI.
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