Idiomas culturais como estratégias populares para enfrentar a violência urbana Cultural idioms as community strategies against urban violence
É recorrente, no imaginário social, a idéia de que a pobreza e as condições de precariedade social desenvolvem, entre as pessoas dos bairros populares, comportamentos violentos e delinqüentes. Cada referência à violência ou cada indício da mesma é amplificado, supervalorizado e divulgado, perpetuand...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
2005-04-01
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Series: | Ciência & Saúde Coletiva |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232005000200019 |
Summary: | É recorrente, no imaginário social, a idéia de que a pobreza e as condições de precariedade social desenvolvem, entre as pessoas dos bairros populares, comportamentos violentos e delinqüentes. Cada referência à violência ou cada indício da mesma é amplificado, supervalorizado e divulgado, perpetuando a idéia única e monolítica de que esses são os comportamentos prevalentes. O oposto, ações que resistem ou que se contrapõem a violências são muito menos evidenciadas. Um dos objetivos centrais do projeto Violência e Saúde: Monitoramento Epidemiológico, Memória, Experiência e Resistência consistiu em identificar estratégias populares de enfrentamento da violência. Neste artigo, privilegiaremos as ações sociais de cunho artístico-cultural desenvolvidas com jovens por um mestre de capoeira e aquelas conduzidas por um líder rastafári que pratica um "reaggae messiânico". Centraremos nossa análise nas formas de organização e de atuação de ambos os projetos, em interpretações produzidas pelos mesmos acerca das violências vividas pelos jovens e nos idiomas culturais e cosmovisões utilizados para contemplar estratégias de promoção da paz. Buscamos identificar o "trabalho da cultura" que permite, nesses projetos, uma elaboração de conflitos.<br>In the social imaginary, a fairly common idea is that poverty and precarious social conditions develop, among the inhabitants of working-class neighborhoods, violent and criminal behaviors. Every reference to violence, is amplified, overvalued and spread, only perpetuating the monolithic idea that those are the prevailing behaviors. On the other hand, actions that resist violence are significantly less brought to the fore. One of the main objectives of the project Violence and Health: Epidemiological Monitoring, Memory, Experience and Resistance consisted in identifying community strategies against violence. In this article, we will concentrate on art-and-culture oriented social actions developed for youths by a capoeira master and on another such activity, proposed by a rastafari leader who developed a "messianic reggae". We will center our analysis on methodological properties of both projects, on their organizational forms and their actuation, on interpretations produced about the violence experienced by such youths, on the cultural idioms and world-views used to contemplate strategies of peace promotion. In the last analysis, we are seeking to identify the "work of culture" which allows, in these projects, an elaboration of conflicts. |
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ISSN: | 1413-8123 1678-4561 |