Gastroenterite aguda por Salmonella não tifóide em crianças: revisão de dez anos
Introdução e Objectivos: A Salmonella não tifóide é o agente mais frequente das toxi-infecções alimentares nos países desenvolvidos. Em Portugal são notificados em média 450 casos por ano, 80% dos quais em crianças. O presente estudo tem como objectivo a caracterização dos casos de gastroenterite...
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Sociedade Portuguesa de Pediatria
2014-09-01
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Series: | Portuguese Journal of Pediatrics |
Online Access: | https://pjp.spp.pt//article/view/4426 |
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doaj-2ef7eed9b4d24183ad1501f846f9b79d2020-11-25T02:37:06ZengSociedade Portuguesa de PediatriaPortuguese Journal of Pediatrics 2184-33332014-09-0145310.25754/pjp.2014.4426Gastroenterite aguda por Salmonella não tifóide em crianças: revisão de dez anosDiana Pignatelli0Ema Leal1David Lito2Catarina Damaso3Margarida Rodrigues4Florbela Cunha5Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, EPEServiço de Pediatria, Hospital de Dona Estefania, Centro Hospitalar de Lisboa CentralServiço de Pediatria, Hospital de Vila Franca de XiraServiço de Pediatria, Hospital de Vila Franca de XiraServiço de Patologia Clínica, Hospital de Vila Franca de XiraServiço de Pediatria, Hospital de Vila Franca de Xira Introdução e Objectivos: A Salmonella não tifóide é o agente mais frequente das toxi-infecções alimentares nos países desenvolvidos. Em Portugal são notificados em média 450 casos por ano, 80% dos quais em crianças. O presente estudo tem como objectivo a caracterização dos casos de gastroenterite aguda por Salmonella numa população pediátrica. Material e Métodos: Revisão casuística dos casos confirmados por coprocultura, internados num Hospital de Nível II, na região de Lisboa e Vale do Tejo, entre 1999 e 2008. Análise estatística no programa SPSS® v16.0, com aplicação do teste de Spearman e significância estatística para p<0,05. Resultados: Identificaram-se 213 internamentos. A mediana anual foi de 21 internamentos, 39% ocorrendo no Verão. A mediana das idades foi de 4,2 anos, com doze casos em lactentes até aos três meses. Houve um predomínio no sexo masculino (57%). A mediana do total de leucócitos foi de 9300 /mL e da Proteína C Reactiva de 8,8 mg/dL, não se relacionando com a ocorrência de bacteriémia. A duração média do internamento foi de 5,2 dias. As principais complicações foram desidratação (117/213), bacteriémia (8/213), convulsão febril (6/213), síndrome de Mallory-Weiss (5/213) e apendicite aguda (3/213). Os serotipos mais isolados foram: S. Enteritidis (76%), S. Typhimurium (19%), outros (5%): S. O4,5:i-, S. Derby, S. Hayfa, S. Menden, S. Rissen. Encontraram-se 27% de resistências à ampicilina e 15% ao trimetoprim-sulfametoxazol, sem resistências ao ceftriaxone. Conclusão: Nos dez anos estudados o número de casos manteve-se elevado, com morbilidade relevante e resistências significativas aos antibióticos de primeira linha. https://pjp.spp.pt//article/view/4426 |
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Introdução e Objectivos: A Salmonella não tifóide é o agente mais frequente das toxi-infecções alimentares nos países desenvolvidos. Em Portugal são notificados em média 450 casos por ano, 80% dos quais em crianças.
O presente estudo tem como objectivo a caracterização dos casos de gastroenterite aguda por Salmonella numa população pediátrica.
Material e Métodos: Revisão casuística dos casos confirmados por coprocultura, internados num Hospital de Nível II, na região de Lisboa e Vale do Tejo, entre 1999 e 2008. Análise estatística no programa SPSS® v16.0, com aplicação do teste de Spearman e significância estatística para p<0,05.
Resultados: Identificaram-se 213 internamentos. A mediana anual foi de 21 internamentos, 39% ocorrendo no Verão. A mediana das idades foi de 4,2 anos, com doze casos em lactentes até aos três meses. Houve um predomínio no sexo masculino (57%). A mediana do total de leucócitos foi de 9300 /mL e da Proteína C Reactiva de 8,8 mg/dL, não se relacionando com a ocorrência de bacteriémia. A duração média do internamento foi de 5,2 dias. As principais complicações foram desidratação (117/213), bacteriémia (8/213), convulsão febril (6/213), síndrome de Mallory-Weiss (5/213) e apendicite aguda (3/213). Os serotipos mais isolados foram: S. Enteritidis (76%), S. Typhimurium (19%), outros (5%): S. O4,5:i-, S. Derby, S. Hayfa, S. Menden, S. Rissen. Encontraram-se 27% de resistências à ampicilina e 15% ao trimetoprim-sulfametoxazol, sem resistências ao ceftriaxone.
Conclusão: Nos dez anos estudados o número de casos manteve-se elevado, com morbilidade relevante e resistências significativas aos antibióticos de primeira linha.
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