O Inquiridor e as Dificuldades na Obtenção de Respostas para o Atlas Linguístico do Brasil: o caso de doido
Este estudo está relacionado à metodologia do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB), projeto de pesquisa interinstitucional que busca descrever a realidade linguística brasileira por meio de registros dialetais obtidos em 250 localidades distribuídas por todas as regiões do país. Devido à crescente ex...
Main Authors: | , |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Universidade Estadual de Londrina
2018-04-01
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Series: | Signum: Estudos da Linguagem |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/signum/article/view/30793/23645 |
Summary: | Este estudo está relacionado à metodologia do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB), projeto de pesquisa interinstitucional que busca descrever a realidade linguística brasileira por meio de
registros dialetais obtidos em 250 localidades distribuídas por todas as regiões do país. Devido à crescente expansão de pesquisas de natureza lexical, fonético-fonológica, morfológica,
pragmática e tantas outras realizadas com base no banco de dados do Projeto ALiB, este artigo tem como objeto de análise a metodologia desse projeto e propõe: (i) analisar as respostas
dadas à questão 138 do Questionário Fonético-Fonológico do ALiB pelos informantes das capitais das Regiões Norte e Sul; (ii) discutir as dificuldades encontradas pelos inquiridores na
obtenção das respostas; e (iii) verificar as estratégias utilizadas pelo entrevistador para obter o item desejado. Para tais objetivos, serviram de base os estudos de Pop (1950), Buesa Oliver e
Flórez (1954), Aguilera (1992, 1998, 2000), Brandão e Moraes (1998), Pontes e Aguilera (1999), Aguilera, Amâncio e Paes (2003) e Aguilera e Yida (2008). O estudo indicou que, em ambas as regiões brasileiras, e particularmente na Região Sul, os informantes sentiram a dificuldade de registrar de imediato, como primeira resposta, a forma doido. Demonstrou, também, que não
há como prever a possibilidade de o informante, apesar de conhecer o nome em questão, usá-lo em outro contexto que não seja o de nomear uma pessoa furiosa ou agressiva. Não se
pode descartar, todavia, a dificuldade do entrevistador de, no momento da entrevista, reformular a questão de modo a deixá-la mais clara para o informante, tendo em vista que cada informante
é único e traz uma história única. |
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ISSN: | 1516-3083 2237-4876 |