Summary: | Resumo: Introdução: O aumento da atividade do sistema nervoso simpático desempenha um papel preponderante na fisiopatologia da hipertensão arterial (HTA). Recentemente foi desenvolvida uma técnica de intervenção percutânea – a desnervação renal (DNR) – para o tratamento da HTA resistente. Objetivo: Avaliar a segurança imediata e a eficácia da DNR aos seis meses na redução da pressão arterial em doentes com HTA resistente. Métodos: Registo prospetivo de doentes com HTA essencial resistente submetidos a DNR entre julho de 2011 e maio de 2013. A eficácia da DNR foi definida pela redução ≥ 10 mmHg da pressão arterial sistólica (PAS), avaliada na consulta dos seis meses de seguimento. Resultados: Numa consulta de HTA resistente avaliaram‐se 177 doentes consecutivos, dos quais 34 (idade 62,7 ± 7,6 anos; 50,0% homens) efetuaram DNR. Não ocorreram complicações vasculares, nomeadamente no acesso ou nas artérias renais. Nos 22 doentes com seguimento completo aos seis meses, a taxa de respondedores foi 81,8% (n=18). A PAS na consulta diminuiu em média 22 mmHg (174 ± 23 versus 152 ± 22 mmHg; p < 0,001) e a diastólica 9 mmHg (89 ± 16 versus 80 ± 11 mmHg; p=0,006). O número de fármacos anti‐hipertensores (5,5 ± 1,0 versus 4,6 ± 1,1; p=0,010) e de classes farmacológicas (5,4 ± 0,7 versus 4,6 ± 1,1; p=0,009) também diminuíram significativamente. Dos parâmetros da monitorização ambulatória da pressão arterial de 24 h e ecocardiográficos analisados, a percentagem de cargas diastólicas (45 ± 29 versus 27 ± 26%; p=0,049) e o índice de massa ventricular esquerda (174 ± 56 versus 158 ± 60 g/m2; p=0,014) diminuíram significativamente. Conclusão: Na população estudada de doentes com HTA resistente submetidos a DNR, esta foi uma intervenção segura e eficaz na redução da pressão arterial aos seis meses de seguimento. Abstract: Introduction: Increased activation of the sympathetic nervous system plays a central role in the pathophysiology of hypertension (HTN). Catheter‐based renal denervation (RDN) was recently developed for the treatment of resistant HTN. Aim: To assess the safety and efficacy of RDN for blood pressure (BP) reduction at six months in patients with resistant HTN. Methods: In this prospective registry of patients with essential resistant HTN who underwent RDN between July 2011 and May 2013, the efficacy of RDN was defined as ≥10 mmHg reduction in office systolic blood pressure (SBP) six months after the intervention. Results: In a resistant HTN outpatient clinic, 177 consecutive patients were evaluated, of whom 34 underwent RDN (age 62.7 ± 7.6 years; 50.0% male). There were no vascular complications, either at the access site or in the renal arteries. Of the 22 patients with complete six‐month follow‐up, the response rate was 81.8% (n = 18). The mean office SBP reduction was 22 mmHg (174 ± 23 vs. 152 ± 22 mmHg; p < 0.001) and 9 mmHg in diastolic BP (89 ± 16 vs. 80 ± 11 mmHg; p = 0.006). The number of antihypertensive drugs (5.5 ± 1.0 vs. 4.6 ± 1.1; p = 0.010) and pharmacological classes (5.4 ± 0.7 vs. 4.6 ± 1.1; p = 0.009) also decreased significantly. Of the 24‐hour ambulatory BP monitoring and echocardiographic parameters analyzed, there were significant reductions in diastolic load (45 ± 29 vs. 27 ± 26%; p = 0.049) and in left ventricular mass index (174 ± 56 vs. 158 ± 60 g/m2; p = 0.014). Conclusion: In this cohort of patients with resistant HTN, RDN was safe and effective, with a significant BP reduction at six‐month follow‐up. Palavras‐chave: Hipertensão arterial resistente, Desnervação renal, Hipertrofia ventricular esquerda, Keywords: Resistant hypertension, Renal denervation, Left ventricular hypertrophy
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