Summary: | OBJETIVO: Investigar as características socioeconômicas e culturais de crianças infectadas pelo HIV e de suas famílias, relacionando-as com a presença de manifestações estomatológicas da AIDS, e identificar as manifestações estomatológicas mais freqüentes na amostra estudada. MÉTODO: A amostra foi composta por 184 crianças de ambos os sexos, com idade entre 0 e 13 anos, atendidas no Hospital de Clínicas de Porto Alegre e Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica, em Porto Alegre, Brasil, e no hospital universitário da Universidade do Estado de Nova Iorque em Stony Brook, Estado de Nova Iorque, Estados Unidos. Os dados foram analisados pelos testes do qui-quadrado, t de Student e análise de variância. RESULTADOS: Dos 184 pacientes, 63,59% eram do Hospital de Clínicas de Porto Alegre; 22,28% do hospital de Stony Brook; e 14,13% do Hospital São Lucas. Na amostra brasileira, 42,66% das crianças residiam com os pais naturais (principalmente com a mãe), enquanto que nos Estados Unidos 56,10% das crianças moravam com pais adotivos. Em relação à renda, 39,86% das famílias no Brasil ganhavam entre 180 e 450 dólares mensais; 33,57% não tinham renda ou não forneceram seus dados. Nos Estados Unidos, a pergunta sobre renda não foi autorizada, mas todas as famílias foram classificadas pelos assistentes sociais do hospital como tendo renda abaixo de 1 000 dólares. O HIV foi adquirido por transmissão vertical em 97,20% dos casos no Brasil e 97,56% nos Estados Unidos. A freqüência das manifestações estomatológicas foi maior nas crianças brasileiras (72,73%) do que nas norte-americanas (53,66%) (P = 0,01). CONCLUSÕES: As condições socioeconômicas e culturais, estrutura e renda familiar, acesso a informação sobre AIDS e a adesão aos esquemas terapêuticos influenciaram a freqüência das manifestações estomatológicas nas duas amostras.
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