Summary: | Definir o que pode ser considerado uma obra rara não é uma tarefa simples. Embora constantemente as obras raras estejam associadas unicamente à idade do material, em certas ocasiões aspectos mais sutis, como erros de impressão, ou aspectos de ornamentação do suporte, como a encadernação, podem tornar uma obra rara. Em bibliotecas, existe o valor institucional do material, em que se pesa o valor da obra em determinado contexto. Esta pesquisa buscou levantar conceitos que busquem a definição de critérios para caracterização de uma determinada obra como rara. Para tanto, em uma primeira etapa, foram pesquisadas as literaturas que forneciam dados para o estabelecimento de critérios de raridade, bem como especialistas no assunto, com o intuito de fornecer uma visão interdisciplinar da área. Em uma segunda etapa pretendeu-se realizar uma pesquisa entre bibliotecários responsáveis por coleções no Distrito Federal, com o intuito de verificar se os conceitos verificados na literatura são aplicados na prática de seleção nessas instituições. Foram pesquisadas ao todo oito instituições, sendo a pesquisa realizada in loco. Os resultados revelaram que, entre as bibliotecas pesquisadas, os critérios adotados para a seleção de obras raras variaram muito, o que chama a atenção principalmente para o fato de que em muitos casos existe o valor local, ou seja, aquelas obras que possuem valor somente na própria instituição. Outro fator relevante constatado foi a ausência de critérios de seleção em algumas bibliotecas, fato preocupante, pois esse documento é a base eficiente para uma seleção de obras raras. Constatou-se também a ausência de cursos de formação em obras raras por parte dos bibliotecários responsáveis pelas coleções, fato que pode ser explicado pelo baixo número de cursos disponíveis sobre o assunto no Brasil.
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