Summary: | Esta pesquisa pode ser inscrita entre os trabalhos que buscam, pela reflexão crítica e uma discussão teórica, investigar os incessantes esforços de instrumentalização do homem no trabalho a partir de mecanismos cada vez mais elaborados de controle e alienação, assim como tentar compreender que conseqüências isso tem desencadeado para a sociedade moderna. Pode-se considerar que um desses mecanismos é a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) que aqui foi abordada de forma crítica e cuja escolha pode ser justificada porque a QVT apresenta várias formas de exercitar o controle instrumentalizador nas dimensões presentes em seus modelos. Desse modo, ficou claramente evidenciado que as recompensas diretas e indiretas, o ambiente de trabalho seguro e atrativo, a concepção do trabalho, a autonomia e a participação do indivíduo, a imagem social da empresa e o equilíbrio entre trabalho, família e lazer; na realidade, promovem a instrumentalização do trabalhador por meio de métodos cada vez mais sofisticado de controle social. Em outros termos, notou-se que as ferramentas de controle tanto objetivas quanto subjetivas presentes nos modelos de QVT, ao atuarem sobre a conduta e o comportamento do indivíduo no trabalho (instrumentalização), em busca de maior eficiência para a produtividade (lógica organizacional), desencadeiam a banalização das injustiças sociais (DEJOURS, 2006) e culminam com a alienação do homem no trabalho, o que garante a manutenção do sistema.
Palavras- chave: memória sobre QVT; perspectiva crítica sobre QVT.
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