Declaração de Bolonha no contexto de mercantilização da educação superior: o discurso neoliberal dos organismos multilaterais

O presente artigo, de natureza bibliográfica e documental, discute a crescente mercantilização da educação. A questão orientadora é pensar se a Declaração de Bolonha propõe políticas educacionais inovadoras ou se aproxima de outros discursos difundidos por organismos multilaterais, de modo especial,...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Telmo Marcon
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade de Passo Fundo (UPF) 2015-12-01
Series:Espaço Pedagógico
Online Access:http://seer.upf.br/index.php/rep/article/view/5570
Description
Summary:O presente artigo, de natureza bibliográfica e documental, discute a crescente mercantilização da educação. A questão orientadora é pensar se a Declaração de Bolonha propõe políticas educacionais inovadoras ou se aproxima de outros discursos difundidos por organismos multilaterais, de modo especial, o Banco Mundial. No âmbito dessa questão emergem inúmeras indagações em relação à tendência homogeneizadora presente na Declaração, assim como nas políticas educacionais apoiadas pelos organismos multilaterais no contexto de crescente mercantilização da educação superior. Na Declaração, perpassa um paradoxo entre a diversidade e a homogeneização. Há uma confluência de discursos entre os produzidos pelos organismos multilaterais com os presentes na Declaração de Bolonha de 1999, assim como nos comunicados posteriores. Isso expressa uma tendência à flexibilização da educação e das instituições universitárias, não para aprofundar as relações com atores sociais que historicamente ficaram à margem, mas orientada por princípios neoliberais, dentre os quais, a mercantilização da educação superior. Nesse sentido, pode-se dizer que Bolonha não propõe algo inovador, antes busca responder aos desafios de uma educação orientada pela lógica da eficiência e da flexibilidade. Esse processo é paradoxal na medida em que pauta questões importantes como o intercâmbio de estudantes e pesquisadores oriundos de países com experiências plurais em confronto com demandas de um mercado flexibilizado que prima por padrões e princípios homogeneizadores. Buscando aprofundar alguns desses aspectos inicia-se com uma introdução, na sequência reconstrói-se alguns pressupostos do neoliberalismo e o papel dos organismos multilaterais, com destaque para o Banco Mundial e, na parte final são expostas algumas reflexões sobre a Declaração de Bolonha e as considerações finais.
ISSN:0104-7469
2238-0302