Summary: | Este texto apresenta uma reflexão sobre os processos de responsabilização exclusiva das mães, empreendidos pela escola, no contexto das interações entre educadoras profissionais, mães e pais no dia-a-dia, em eventos especiais, celebrações e no trato das dificuldades apresentadas pelas crianças e jovens. Entendendo o currículo como política cultural, argumenta que a escola transmite, produz e reproduz as definições sociais de sexo e gênero, determinando funções maternas e paternas através do currículo em ação, e que a culpabilização das mães, através de seus discursos e ações, constitui violência simbólica. Os dados empíricos que ilustram os argumentos e evidenciam as discriminações de gênero na relação escola–família e as ausências paternas foram obtidos por observação participante em uma escola pública de educação infantil e ensino fundamental, através de questionário aberto aplicado a educadoras e educadores cursando Pedagogia, e em experiências pessoais e profissionais das autoras. Propõe um olhar crítico de gênero sobre o currículo em ação no âmbito das relações escola-família a fim de alcançar a equidade de gênero.
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