Informação em saúde: produção, consumo e biopoder
Este trabalho objetiva suscitar desconfianças ao valor atribuído à verdade médica presente na literatura biomédica. Tomou-se como exemplo a temática da proteção das práticas sexuais e recorreu-se às obras de pensadores como Nietzsche, Baudrillard, Bourdieu e, principalmente, Michel Foucault, a fim d...
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Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
2013-10-01
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Series: | Ciência & Saúde Coletiva |
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doaj-2898f81b862b4747869da151237709662020-11-25T01:11:36ZengAssociação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde ColetivaCiência & Saúde Coletiva1413-81232013-10-0118103083309010.1590/S1413-81232013001000033S1413-81232013001800033Informação em saúde: produção, consumo e biopoderCléber Domingos Cunha da Silva0Hospital Municipal Dr. João Elísio de HolandaEste trabalho objetiva suscitar desconfianças ao valor atribuído à verdade médica presente na literatura biomédica. Tomou-se como exemplo a temática da proteção das práticas sexuais e recorreu-se às obras de pensadores como Nietzsche, Baudrillard, Bourdieu e, principalmente, Michel Foucault, a fim de pensarmos que a elaboração e o emprego de informações em saúde podem ser interpretados como práticas constitutivas de uma política que articula dinamicamente peritos e não peritos à verdade médica, constitutiva de uma moralidade que se apoia na produção e consumo dessa verdade. Uma política, denominada por Foucault de biopolítica, capaz de estabelecer modos de viver onde o exercício do pensamento parece não ser tão "recompensador", onde práticas de mando e de obediência a si são mediadas pela informação em saúde. Nesta perspectiva médicos e não médicos foram seduzidos pela vontade de atingir a verdade, de modo que se verifica o empenho de todos na produção e consumo de enunciados que acreditam poder prolongar a vida e salvá-la do adoecer; discursos cultivados no mercado de uma sociedade midiática, onde o controle dos indivíduos pela informação produz subjetividades que se ancoram no binômio: verdade médica-capital.http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232013001800033&lng=en&tlng=enInformação em saúdeBiopoderVerdade médicaLiteratura biomédica |
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Este trabalho objetiva suscitar desconfianças ao valor atribuído à verdade médica presente na literatura biomédica. Tomou-se como exemplo a temática da proteção das práticas sexuais e recorreu-se às obras de pensadores como Nietzsche, Baudrillard, Bourdieu e, principalmente, Michel Foucault, a fim de pensarmos que a elaboração e o emprego de informações em saúde podem ser interpretados como práticas constitutivas de uma política que articula dinamicamente peritos e não peritos à verdade médica, constitutiva de uma moralidade que se apoia na produção e consumo dessa verdade. Uma política, denominada por Foucault de biopolítica, capaz de estabelecer modos de viver onde o exercício do pensamento parece não ser tão "recompensador", onde práticas de mando e de obediência a si são mediadas pela informação em saúde. Nesta perspectiva médicos e não médicos foram seduzidos pela vontade de atingir a verdade, de modo que se verifica o empenho de todos na produção e consumo de enunciados que acreditam poder prolongar a vida e salvá-la do adoecer; discursos cultivados no mercado de uma sociedade midiática, onde o controle dos indivíduos pela informação produz subjetividades que se ancoram no binômio: verdade médica-capital. |
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