Summary: | Promovemos neste artigo um diálogo entre os campos da Filosofia e da Matemática no sentido de identificar e de melhor compreender as ideias que têm pautado os debates contemporâneos em torno da Etnomatemática, permitindo-lhe constituir-se em um território fértil e mobilizador de resistências. Em um primeiro momento, situamos as principais contribuições teóricas das filosofias de Foucault e Wittgeinstein. Em seguida, incursionamos pela filosofia de Deleuze e Guattari, elegendo os conceitos de ciência maior, ciência menor e máquina de guerra como intercessores do pensamento etnomatemático, no sentido dos riscos de purificação, estratificação, domesticação das ciências menores pelas ciências maiores. Ao dar visibilidade às outras matemáticas na ambiente acadêmico, a Etnomatemática pode tornar muito tênue a fronteira entre uma ciência e outra. No entanto, é nos territórios que abrigam a matemática acadêmica que está a potência de combate e luta das ciências menores.
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