Somatização em migrantes de baixa renda no Brasil Somatization in Brazil's low-income migrants

Este artigo tem por objetivo compreender o entrelaçamento da cultura com reações psicológicas de indivíduos expostos ao processo de migração e estabelecer relações entre o fenômeno da migração e adoecimento psicossomático. O enfoque metodológico é essencialmente qualitativo, baseado em representaçõe...

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Bibliographic Details
Main Authors: Miguel Antônio de Mello Silva, Marcos de Souza Queiroz
Format: Article
Language:Spanish
Published: Associação Brasileira de Psicologia Social 2006-04-01
Series:Psicologia & Sociedade
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822006000100005
Description
Summary:Este artigo tem por objetivo compreender o entrelaçamento da cultura com reações psicológicas de indivíduos expostos ao processo de migração e estabelecer relações entre o fenômeno da migração e adoecimento psicossomático. O enfoque metodológico é essencialmente qualitativo, baseado em representações sociais de pacientes migrantes e da equipe de funcionários e profissionais de um centro de saúde do município próximo de Campinas. A análise demonstrou que a migração era percebida negativamente, como uma causadora de doenças quando havia perda do emprego/renda e fragmentação de laços familiares e comunitários. Se tais elementos estavam estabilizados, fatores estressantes do cotidiano permaneciam mascarados (mantidos fora da consciência) e a piora da saúde não era atribuída à migração ou à qualidade de vida. O problema da migração e doença, pela perspectiva do centro de saúde, incluía abordagem terapêutica exclusivamente biológica sem outra perspectiva que contribuísse para os sujeitos assimilarem as novas condições de vida num novo ambiente sócio-cultural.<br>This paper aims to debate relations between culture and psychological reactions of individuals exposed to the process of migration and to establish relations between migration and psychosomatic sickening. The methodological approach is essentially qualitative and based on social representations of migrant patients, staff and professionals of a public health unit near Campinas. The analysis demonstrated that migration was negatively experienced as producing ailments when loss of job/income, break of family/community ties was involved. When these elements were stabilized, stressful factors of daily life remained covered (out of conscience) and worsening in health condition was attributed neither to migration nor to life quality. The problem of migration and ailments, from the health center perspective, involved merely biological procedures and did not include additional perspectives to help patients to assimilate their new life conditions in a new social environment.
ISSN:0102-7182
1807-0310