‘Um ódio tão intenso…’. Temos de falar sobre o Kevin. Pós-feminismo e cinema feminino

Este artigo explora o filme de 2011 de Lynne Ramsay, Temos de Falar Sobre o Kevin, no contexto daquilo que foi designado “novo mamaísmo” e à luz dos principais debates feministas sobre representação materna, genealogia matriarcal, produção cultural feminista e melodrama clássico e contemporâneo. O “...

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Bibliographic Details
Main Author: Sue Thornham
Format: Article
Language:English
Published: Universidade do Minho 2015-06-01
Series:Revista Lusófona de Estudos Culturais
Subjects:
Online Access:https://rlec.pt/index.php/rlec/article/view/1779
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spelling doaj-25c18954cfc24983aaadb55e8451834f2021-05-20T10:29:37ZengUniversidade do MinhoRevista Lusófona de Estudos Culturais2184-04582183-08862015-06-013110.21814/rlec.80‘Um ódio tão intenso…’. Temos de falar sobre o Kevin. Pós-feminismo e cinema femininoSue Thornham0Universidade de Sussex, BrightonEste artigo explora o filme de 2011 de Lynne Ramsay, Temos de Falar Sobre o Kevin, no contexto daquilo que foi designado “novo mamaísmo” e à luz dos principais debates feministas sobre representação materna, genealogia matriarcal, produção cultural feminista e melodrama clássico e contemporâneo. O “novo mamaísmo”, argumentaram os críticos, constitui um regresso pós-feminista à imagem idealizada da feminilidade doméstica que dominou a América dos anos 50 do século XX. A diferença é que a maternidade intensiva é, agora, vista como uma escolha iluminada da mulher livre, um argumento que permite mascarar a centralidade continuada de um dualismo de género que determina, quer as nossas estruturas institucionais, quer as nossas fantasias públicas. Defendendo que o filme de Ramsay deve ser visto como sendo parte de uma tradição feminista de realização cinematográfica que sujeita a uma reapreciação crítica, quer estas fantasias públicas, quer a forma do melodrama materno em cuja corporalidade se encontram normalmente inscritas, o artigo analisa pormenorizadamente a exploração, pelo filme, das questões de identidade feminina, agência e controlo. Ao contrário do que acontece com os seus antecessores, defende-se, Ramsay convida-nos a habitar a subjetividade fraturada, o ódio e o sentimento de culpa da mãe nesta exploração. Embora não exista, como afirmou Ramsay, uma “redenção” fácil no final do filme, o seu fim leva-nos para além das fantasias gémeas do masoquismo materno pós-feminista e da agência feminista não problemática, no sentido de uma possibilidade de subjetividade que poderá aceitar, mais do que negar, o incontrolável desarranjo da corporalidade materna.https://rlec.pt/index.php/rlec/article/view/1779Pós-feminismo“novo mamaísmo”contra-cinemamelodrama maternosubjetividade materna
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Revista Lusófona de Estudos Culturais
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