Summary: | Megaeventos esportivos estão cada vez mais associados a transformações urbanas que visam à melhoria da qualidade de vida da população. Quando bem planejadas, essas mudanças caracterizam o legado deixado após o fim dos jogos. Em 2014, o Brasil foi sede da Copa do Mundo, marcada por projetos principalmente de mobilidade urbana que em longo prazo beneficiaria a população como um todo. Entretanto, 250 mil pessoas foram removidas no país para que essas obras fossem executadas. Como forma de avaliar a percepção dessas pessoas quanto à maneira com que o processo de remoção foi realizado, teve-se como estudo de caso a duplicação da Avenida Tronco, na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A coleta de dados foi realizada a partir da participação em manifestações e eventos das comunidades atingidas, grupo focal e entrevistas que identificaram a insatisfação das pessoas removidas quanto à maneira com que o Governo tratou a retiradas das famílias de suas casas, sendo marcadas pela falta de diálogo, baixas indenizações, falta de um projeto social, desrespeitos aos direitos humanos e direito à moradia adequada. Todavia, a população atingida não se posicionou contra a realização do megaevento em Porto Alegre e no Brasil, mas sim contra as condutas ante as remoções.
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