A crítica de Mcdowell à concepção dennettiana da percepção: será que ver é julgar?
No coração da filosofia de Dennett ergue-se um caso contra o Teatro Cartesiano como concepção da natureza do mental. No entanto, Dennett não segue até as últimas consequências as suas próprias intuições anticartesianas. Isto é particularmente claro na forma como ele vê a percepção. Neste artigo vou...
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Editora Universitária Champagnat - PUCPRESS
2010-05-01
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Series: | Revista de Filosofia |
Online Access: | https://periodicos.pucpr.br/index.php/aurora/article/view/2245 |
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doaj-229fd45da216487aba7bb514a0d9abbe2020-11-25T02:35:09ZspaEditora Universitária Champagnat - PUCPRESSRevista de Filosofia 0104-44431980-59342010-05-01223019521410.7213/rfa.v22i30.22452257A crítica de Mcdowell à concepção dennettiana da percepção: será que ver é julgar?Sofia Miguens0Universidade do PortoNo coração da filosofia de Dennett ergue-se um caso contra o Teatro Cartesiano como concepção da natureza do mental. No entanto, Dennett não segue até as últimas consequências as suas próprias intuições anticartesianas. Isto é particularmente claro na forma como ele vê a percepção. Neste artigo vou procurar compreender as razões para tal, baseando-me na crítica de McDowell à concepção dennettiana dos juízos de percepção como pressentimentos (presentiments) (McDOWELL, 1998). Aquilo que McDowell considera problemático em Dennett não é a proximidade com a ciência cognitiva, mas uma particular ideia de percepção. Para compreender o contraste entre as posições de Dennett e McDowell sobre percepção considerarei com particular cuidado a forma como Dennett vê as fixações subpessoais de conteúdo como “juízos internos” no contexto do seu modelo de consciência (DENNETT, 1978b, 1991), bem como a concepção das relações entre linguagem e apercebimento que subjaz a esta ideia de “juízos internos”. Aquilo que me interessa é sobretudo identificar as razões pelas quais McDowell, que poderia em princípio concordar com Dennett na forma de ver o conteúdo perceptivo como ‘conceptual’, crê que de acordo com a concepção de Dennett, as experiências perceptivas seriam “menos do que encontro com objectos”, o que é insustentável.https://periodicos.pucpr.br/index.php/aurora/article/view/2245 |
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No coração da filosofia de Dennett ergue-se um caso contra o Teatro Cartesiano como concepção da natureza do mental. No entanto, Dennett não segue até as últimas consequências as suas próprias intuições anticartesianas. Isto é particularmente claro na forma como ele vê a percepção. Neste artigo vou procurar compreender as razões para tal, baseando-me na crítica de McDowell à concepção dennettiana dos juízos de percepção como pressentimentos (presentiments) (McDOWELL, 1998). Aquilo que McDowell considera problemático em Dennett não é a proximidade com a ciência cognitiva, mas uma particular ideia de percepção. Para compreender o contraste entre as posições de Dennett e McDowell sobre percepção considerarei com particular cuidado a forma como Dennett vê as fixações subpessoais de conteúdo como “juízos internos” no contexto do seu modelo de consciência (DENNETT, 1978b, 1991), bem como a concepção das relações entre linguagem e apercebimento que subjaz a esta ideia de “juízos internos”. Aquilo que me interessa é sobretudo identificar as razões pelas quais McDowell, que poderia em princípio concordar com Dennett na forma de ver o conteúdo perceptivo como ‘conceptual’, crê que de acordo com a concepção de Dennett, as experiências perceptivas seriam “menos do que encontro com objectos”, o que é insustentável. |
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