Summary: | Resumo A fim de conjecturar um plano ético-político expansivo capaz de fomentar uma atitude eminentemente crítica ante o presente educacional, o texto que ora se apresenta organiza-se segundo três patamares argumentativos articulados. No primeiro deles, debruçamo-nos sobre o romance Memórias de Adriano e, em especial, sobre as reflexões de Marguerite Yourcenar acerca do método de composição da obra e de seu modo particular de endereçamento ao passado. Em seguida, por meio de uma espécie de jogo de contraste com o ponto de vista da escritora, são trazidos à baila alguns marcos do legado teórico foucaultiano, especialmente no que se refere aos jogos cruzados entre presente, história e verdade. Tratou-se, assim, de criar uma ambiência argumentativa assentada nas noções de regimes de verdade, de história genealógica e de ontologia do presente. As discussões finais do texto dedicam-se a focalizar, a par da própria experiência de Michel Foucault como professor, as duas tópicas principais do percurso ulterior do pensador − o cuidado de si e a parrhesía −, tendo em vista suas possíveis implicações pedagógicas. Com isso, almejou-se perspectivar uma mirada sobre o encontro pedagógico que, ao lhe conferir certa potência ético-estilística, reclama um regime de tempo diverso nas transações que aí tomam lugar.
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