Summary: | ResumoEste artigo traz um recorte da minha etnografia sobre o universo de experiências de brasileiras que trabalham em casas de alterne em Lisboa – estabelecimentos direcionados ao público masculino onde o trabalho das mulheres é entreter os clientes e induzi-los ao consumo. Primeiramente buscarei contextualizar esse campo de pesquisa no terreno dos deslocamentos Brasil-Portugal. Parto do pressuposto de que a articulação entre gênero, raça, classe e sexualidade não só é central no posicionamento social destas mulheres no contexto migratório como constitui a força aglutinadora que faz com que este grupo possa ser entendido como diaspórico. Na segunda parte lançarei mão de um episódio do meu trabalho de campo para ilustrar como a cultura do cuidado e as noções de reciprocidade, solidariedade e responsabilidade, além de representarem uma fonte de status social e poder, também influenciam na construção das identidades diaspóricas e transnacionais criando importantes espaços de ação e agência.
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