Summary: | Este artigo se propõe a analizar o tipo de imagens que se publicaram na revista Caras y Caretas, entre 1898 e 1939, reconstruir os debates que se produziram ao redor da publicação e as mudanças que a mesma impulsou na imprensa contemporânea. No início do século XX ocorreram mudanças profundas na imprensa Argentina que incluíram a incorporação gradual de fotografias. O desenvolvimento tecnológico e o interesse em proporcionar apelos visuais nos jornais e revistas foram os dois pilares que incentivaram a incorporação das fotografias, o que permitiu a estes meios ampliar seus públicos e incorporar novos leitores. A possibilidade de publicar uma maior quantidade de imagens cada vez mais nítidas significou uma revolução na forma de transmissão dos acontecimentos. Caras y Caretas foi o primeiro veículo na Argentina que incorporou a fotografia de modo massivo e sistemático e criou uma equipe estável de fotógrafos que cobriam os acontecimentos da atualidade política, nacional e internacional, construindo proto-reportagens que anteciparam o que seria o desenvolvimento do fotojornalismo nacional no futuro. A revista registrou acontecimentos sociais, científicos e culturais que mostraram os símbolos da modernização nacional junto com os conflitos políticos que derivavam desse processo. Este uso em massa de imagens, apresentado como atrativo e como nova estratégia de vendas, trouxe à revista a crítica de um setor da elite ilustrada, que associava a incorporação da fotografia a uma forma de “vulgarização” do jornalismo
|