Da imaterialidade cartesiana a materialidade Lamettriana da mente e sua relação com o corpo

Julien Offray de La Mettrie (1709-1751) médico e filósofo francês defendeu como conceito fundamental de sua filosofia a materialidade da alma, pois as discussões do século XVIII concernentes ao conhecimento humano e aos limites da experiência sensível impunham a necessidade de estudos aprofundados s...

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Bibliographic Details
Main Author: Marcelo Luchini
Format: Article
Language:English
Published: CHC - Centro Interunidades de História da Ciência da Universidade de São Paulo 2017-02-01
Series:Khronos
Subjects:
Online Access:https://www.revistas.usp.br/khronos/article/view/126106
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Da imaterialidade cartesiana a materialidade Lamettriana da mente e sua relação com o corpo
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publishDate 2017-02-01
description Julien Offray de La Mettrie (1709-1751) médico e filósofo francês defendeu como conceito fundamental de sua filosofia a materialidade da alma, pois as discussões do século XVIII concernentes ao conhecimento humano e aos limites da experiência sensível impunham a necessidade de estudos aprofundados sobre a fisiologia dos sentidos e da sensibilidade. Para o médico-filosofo, o estudo do homem cuja estrutura e funcionamento dos nervos e do cérebro devem ser analisados em comparação com a dos animais a fim de tentar explicar a produção de pensamento se torna a hipótese mais produtiva, pois ao tomar a prática médica como guia, La Mettrie deseja realizar uma fusão entre a filosofia e a medicina. Ao descrever o homem analogamente a uma máquina, La Mettrie não reduz as propriedades "orgânicas" em propriedades "inorgânicas" e inversamente a fisiologia mecanicista de Descartes lança luz sobre uma questão fundamental, a relação entre corpo e alma – corpo e mente – ou seja, sobre o funcionamento do cérebro. A tentativa de explicar o funcionamento da mente em termos puramente materiais sem a necessidade da alma cartesiana, ou em outras palavras, demonstrar como o pensamento poderia ser o resultado de uma determinada organização da matéria no cérebro, se tornou a vertente da reflexão de sua filosofia e o aproximou da neurociencia moderna.
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