Summary: | Este artigo trata das relações entre movimentos sociais e políticos ocorridos na África Ocidental em fins do século XVIII e início do século XIX, em especial o jihad sudanês, e os processos de transformação global do Ocidente nesse mesmo período. Abre-se um diálogo com os trabalhos de Erick Hobsbawm e Eugene Genovese, analisando criticamente suas abordagens sobre a influência das sociedades do oeste africano nos eventos que têm lugar no mundo atlântico durante a chamada "era das revoluções". O artigo discute, ainda, a perspectiva a partir da qual vêm sendo estudadas as rebeliões escravas nas Américas, que pouco considera o contexto africano e ressalta apenas as influências das mudanças revolucionárias na Europa Ocidental. Nesse sentido, também questiona a historiografia que analisa o surgimento do "Atlântico Negro", a qual não atribui a devida importância aos determinantes originados no interior da África, fundamentais nesse processo.
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