“Do amor da castidade, & horror a toda torpeza, com que se deve crear os mininos”: análise do imperativo da inocência infantil em uma obra do Padre Alexandre de Gusmão
Este artigo apresenta uma análise dos enunciados religiosos sobre a castidade infantil presentes na obra Arte de crear bem os Filhos na idade da Puericia. Publicada inicialmente em Portugal no ano de 1685, a obra de autoria do padre jesuíta Alexandre de Gusmão (1629-1724) oferecia um elenco de norma...
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doaj-1a115a15aac647c4a4bdad226a77377a2020-11-25T01:10:11ZspaUniversidade Federal do Rio GrandeRevista Brasileira de História & Ciências Sociais2175-34232016-08-01815083110.14295/rbhcs.v8i15.375249“Do amor da castidade, & horror a toda torpeza, com que se deve crear os mininos”: análise do imperativo da inocência infantil em uma obra do Padre Alexandre de GusmãoFernando Ripe0UFPELEste artigo apresenta uma análise dos enunciados religiosos sobre a castidade infantil presentes na obra Arte de crear bem os Filhos na idade da Puericia. Publicada inicialmente em Portugal no ano de 1685, a obra de autoria do padre jesuíta Alexandre de Gusmão (1629-1724) oferecia um elenco de normativas que definiam como se deveria formar um “perfeito menino”. O conjunto de enunciados que analisamos evidenciam uma espécie de ordenamento moral da sexualidade, que influenciou significativamente o comportamento social da época. Esta operação moralizadora atuava também nos conhecimentos que deveriam ser ensinados, na prescrição de certos ditames práticos da vivência de corte, tidos como legítimos e adequados na construção de discursos que desejam produzir um sujeito infantil casto, puro, inocente. Nesse sentido, o discurso presente no tratado descrito por Gusmão é percebido como evidência e expressão de determinado sentido da infância no contexto da Reforma Católica no final do século XVII, tanto em Portugal, como no seu principal domínio ultramarino.https://www.rbhcs.com/rbhcs/article/view/375castidade. Infância. Inocência. Padre Alexandre de Gusmão. |
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Fernando Ripe |
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Este artigo apresenta uma análise dos enunciados religiosos sobre a castidade infantil presentes na obra Arte de crear bem os Filhos na idade da Puericia. Publicada inicialmente em Portugal no ano de 1685, a obra de autoria do padre jesuíta Alexandre de Gusmão (1629-1724) oferecia um elenco de normativas que definiam como se deveria formar um “perfeito menino”. O conjunto de enunciados que analisamos evidenciam uma espécie de ordenamento moral da sexualidade, que influenciou significativamente o comportamento social da época. Esta operação moralizadora atuava também nos conhecimentos que deveriam ser ensinados, na prescrição de certos ditames práticos da vivência de corte, tidos como legítimos e adequados na construção de discursos que desejam produzir um sujeito infantil casto, puro, inocente. Nesse sentido, o discurso presente no tratado descrito por Gusmão é percebido como evidência e expressão de determinado sentido da infância no contexto da Reforma Católica no final do século XVII, tanto em Portugal, como no seu principal domínio ultramarino. |
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