Maurice Blanchot e a exigência fragmentária

Este ensaio debruça-se sobre a «exigência fragmentária», tal como a concebeu Maurice Blanchot. Esta não se daria como característica formal de textos, na forma de pequenos blocos fechados de sentido, distinguindo-se, portanto, do «fragmento» romântico, ainda sob a dependência da noção de «unidade»,...

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Bibliographic Details
Main Author: Elisabete Marques
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Santa Catarina 2014-06-01
Series:Outra Travessia
Subjects:
Online Access:https://periodicos.ufsc.br/index.php/Outra/article/view/39252
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spelling doaj-19854c552f9046358938f824a3ef456f2020-11-25T01:25:38ZporUniversidade Federal de Santa CatarinaOutra Travessia1807-50022176-85522014-06-010188710610.5007/2176-8552.2015n18p8723870Maurice Blanchot e a exigência fragmentáriaElisabete Marques0Universidade de Lisboa – PortugalEste ensaio debruça-se sobre a «exigência fragmentária», tal como a concebeu Maurice Blanchot. Esta não se daria como característica formal de textos, na forma de pequenos blocos fechados de sentido, distinguindo-se, portanto, do «fragmento» romântico, ainda sob a dependência da noção de «unidade», conforme a definição de Schlegel. O que se encontra em causa na escrita fragmentária são as relações entre elementos singulares, relações essas que imprimem ritmo e que, configurando novas possibilidades de sentido, extravasam o “todo”. Nessa medida, e porque a criação de ligações também depende dela, tratar-se-á igualmente de considerar a leitura como gesto de reescrita que, mantendo o texto incólume, transforma-o sempre noutro. O jogo desta escrita fragmentária subentende uma comunidade de leitores por vir e em aberto (inconfessável), e indicia também uma hipotética relação com o «fora».https://periodicos.ufsc.br/index.php/Outra/article/view/39252Blanchotfragmentofragmentárioescritaleitura.
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description Este ensaio debruça-se sobre a «exigência fragmentária», tal como a concebeu Maurice Blanchot. Esta não se daria como característica formal de textos, na forma de pequenos blocos fechados de sentido, distinguindo-se, portanto, do «fragmento» romântico, ainda sob a dependência da noção de «unidade», conforme a definição de Schlegel. O que se encontra em causa na escrita fragmentária são as relações entre elementos singulares, relações essas que imprimem ritmo e que, configurando novas possibilidades de sentido, extravasam o “todo”. Nessa medida, e porque a criação de ligações também depende dela, tratar-se-á igualmente de considerar a leitura como gesto de reescrita que, mantendo o texto incólume, transforma-o sempre noutro. O jogo desta escrita fragmentária subentende uma comunidade de leitores por vir e em aberto (inconfessável), e indicia também uma hipotética relação com o «fora».
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