A escrita da história em Terra Sonâmbula de Mia Couto

O objetivo deste artigo é analisar de que forma o romance Terra Sonâmbula (1992), do escritor moçambicano Mia Couto, constitui-se como versão alternativa à historiografia a partir da própria história que o romance conta e sobre a qual ele silencia. Para tanto, considero que a narrativa coutiana ass...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Flavia Renata Machado Paiani
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP); Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) 2013-09-01
Series:História da Historiografia
Subjects:
Online Access:https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/591
Description
Summary:O objetivo deste artigo é analisar de que forma o romance Terra Sonâmbula (1992), do escritor moçambicano Mia Couto, constitui-se como versão alternativa à historiografia a partir da própria história que o romance conta e sobre a qual ele silencia. Para tanto, considero que a narrativa coutiana assume um viés testemunhal, pois exprimiria a necessidade da “fala” por parte do autor após dezesseis anos de guerra civil em Moçambique (1976-1992). Assim, interessa-me saber a que leitor (que aqui substitui o ouvinte) o autor dirige sua narrativa para compreender os meandros da história que ele escreve, levando também em consideração a posição ocupada por Mia Couto na realidade de seu país. Percebo que o autor escreve sua versão da história a partir de três tendências interligadas: (i) o dever de memória; (ii) a construção de uma africanidade; e (iii) a perspectiva do futuro.
ISSN:1983-9928