Summary: | Neste artigo, analiso políticas de letramento da UNESCO e suas ideologias, a partir de materiais publicitários para o evento comemorativo de 50 anos do Dia Internacional de Letramento (UNESCO, 2016). Apoiada em teorias acerca de letramentos e de ideologias linguísticas (STREET, 2003, 2014 [1996]; KROSKRITY, 2004; WOOLARD, 1998; PHILIPS, 2004; SZUNDY, 2016), a análise mostra que as políticas de letramento da UNESCO se assentam sobre ideologias que avaliam língua/gem numa perspectiva cognitiva, neutra, despolitizada e independente de contextos sociais, revelando assim, uma concepção autônoma de letramento. Por considera-la inoperante para uma agenda de ensino crítico, problematizo tal concepção com vistas a pensar alternativas de letramento socialmente mais justas e alinhadas à formação de agentes sociais capazes de (inter)agir com/sobre as práticas de letramento que orientam a construção de significados na contemporaneidade.
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