Summary: | Nossa primeira hipofisectomia para tratamento de carcinoma metastático do seio foi feita em novembro de 1951 e a secção da haste pituitária (miscotomia) para o mesmo fim foi iniciada em novembro de 1956. Quando se consegue impedir a regeneração vascular hipotálamo-hipofisária os resultados gerais da miscotomia são pouco diferentes daqueles obtidos com a hipofisectomia. Empregamos a miscotomia sempre que, por condições locais ou gerais, a remoção total da hipófise parece constituir grande risco cirúrgico. Temos publicado estudos anatomo-fisiológicos desde 1958 mostrando: (a) as variações da necrose do lobo anterior da hipófise que não são totais nem definitivas (regeneração pituitária) e a importância das artérias trabeculares a este respeito; b) a grande capacidade de regeneração vascular a partir do hipctálamo e dirigindo-se para a parte restante do lobo anterior da hipófise, o que constitui um novo sistema anatomo-funcional portal; c) após isolamento permanente da pituitária ocorre proliferação das células de prolactina (células orangeófilas) e hipertrofia compensadora da pars tuberalis. A remoção cirúrgica de tecido hipofisário normal nos permitiu descrever, pela primeira vez no ser humano, as células ACTH (1964) e as células FSH (1966).
|