Que urbano é esse? o habitat num espaço de transição do norte de Pernambuco
ESTE TRABALHO CONSISTE numa tentativa de resgatar, para a Geografia, o assunto habitat rural, não de maneira descritiva, mas dentro de uma perspectiva histórica que ligue as formas do habitat e suas transformações ao desenvolvimento das forças produtivas e à evolução das relações sociais de produção...
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Universidade de São Paulo
1999-08-01
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Series: | Estudos Avançados |
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doaj-14a27e8de148465195d1aff14b17f6552020-11-24T22:31:20ZspaUniversidade de São PauloEstudos Avançados1806-95921999-08-0113367910410.1590/S0103-40141999000200005S0103-40141999000200005Que urbano é esse? o habitat num espaço de transição do norte de PernambucoJosé Grabois0Universidade Federal FluminenseESTE TRABALHO CONSISTE numa tentativa de resgatar, para a Geografia, o assunto habitat rural, não de maneira descritiva, mas dentro de uma perspectiva histórica que ligue as formas do habitat e suas transformações ao desenvolvimento das forças produtivas e à evolução das relações sociais de produção. A proposta da pesquisa é demonstrar como o surgimento e a evolução do habitat existente nas Terras Altas da Transição Agreste/Mata do Norte de Pernambuco, especialmente aquele ligado à pequena produção, encontram-se fortemente vinculados à histórica relação de subordinação dos pequenos produtores à grande produção. Para tanto, tratou-se de caracterizar a produção camponesa, parte substancial da referida pequena produção. O engenho bangüê, exprimindo relações capitalistas de produção, cria no seu interior uma forma de produção camponesa representada mais caracteristicamente pelos foreiros. Os moradores não chegavam a representar unidades de produção camponesa. Estavam muito mais ligados ao trabalho coletivo, isto é, ao canavial. Assalariados, formavam a parte fundamental da força de trabalho empregada no engenho. Assim, os bangüês engendraram numerosas unidades de pequena produção traduzidas num habitat disperso, cujo adensamento acabou por criar pequenos centros urbanos locais. Com o surto usineiro, o capitalismo, na sua evolução, redefiniu as antigas relações de trabalho e morada, desmantelando esse universo de pequenos produtores e transformando sua grande maioria em proletários. Tais fatos sempre se refletiram fielmente na organização do habitat rural e urbano; a resposta que se observa na organização espacial é também uma redefinição do habitat, com o surgimento e crescimento das pontas-de-rua a permanência de formas residuais, as paleoformas. Esse urbano tem de ser visto hoje como um repositório, um viveiro de mão-de-obra. Aí vive uma população proletária que trabalha fundamentalmente no meio rural. Somando-se a isso a velocidade com que a população se deslocou do campo para a cidade nos últimos 30 anos, chegamos à reflexão que deu título ao trabalho: "que urbano é esse?".http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141999000200005&lng=en&tlng=en |
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ESTE TRABALHO CONSISTE numa tentativa de resgatar, para a Geografia, o assunto habitat rural, não de maneira descritiva, mas dentro de uma perspectiva histórica que ligue as formas do habitat e suas transformações ao desenvolvimento das forças produtivas e à evolução das relações sociais de produção. A proposta da pesquisa é demonstrar como o surgimento e a evolução do habitat existente nas Terras Altas da Transição Agreste/Mata do Norte de Pernambuco, especialmente aquele ligado à pequena produção, encontram-se fortemente vinculados à histórica relação de subordinação dos pequenos produtores à grande produção. Para tanto, tratou-se de caracterizar a produção camponesa, parte substancial da referida pequena produção. O engenho bangüê, exprimindo relações capitalistas de produção, cria no seu interior uma forma de produção camponesa representada mais caracteristicamente pelos foreiros. Os moradores não chegavam a representar unidades de produção camponesa. Estavam muito mais ligados ao trabalho coletivo, isto é, ao canavial. Assalariados, formavam a parte fundamental da força de trabalho empregada no engenho. Assim, os bangüês engendraram numerosas unidades de pequena produção traduzidas num habitat disperso, cujo adensamento acabou por criar pequenos centros urbanos locais. Com o surto usineiro, o capitalismo, na sua evolução, redefiniu as antigas relações de trabalho e morada, desmantelando esse universo de pequenos produtores e transformando sua grande maioria em proletários. Tais fatos sempre se refletiram fielmente na organização do habitat rural e urbano; a resposta que se observa na organização espacial é também uma redefinição do habitat, com o surgimento e crescimento das pontas-de-rua a permanência de formas residuais, as paleoformas. Esse urbano tem de ser visto hoje como um repositório, um viveiro de mão-de-obra. Aí vive uma população proletária que trabalha fundamentalmente no meio rural. Somando-se a isso a velocidade com que a população se deslocou do campo para a cidade nos últimos 30 anos, chegamos à reflexão que deu título ao trabalho: "que urbano é esse?". |
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