Estado nutricional de pacientes com esquizofrenia frequentadores do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre Nutritional status of patients with schizophrenia who attend the Psychosocial Care Center (CAPS), Hospital de Clínicas de Porto Alegre

OBJETIVO: Avaliar o estado nutricional de pacientes com esquizofrenia, atendidos por um programa de reabilitação social (CAPS). MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal com 40 pacientes com diagnóstico de esquizofrenia, em uso de antipsicóticos, atendidos no CAPS do Hospital de Clínicas de Porto...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Karine Zortéa, Lísia Rejane Guimarães, Clarissa Severino Gama, Paulo Silva Belmonte-de-Abreu
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal do Rio de Janeiro 2010-01-01
Series:Jornal Brasileiro de Psiquiatria
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0047-20852010000200008
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Jornal Brasileiro de Psiquiatria
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description OBJETIVO: Avaliar o estado nutricional de pacientes com esquizofrenia, atendidos por um programa de reabilitação social (CAPS). MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal com 40 pacientes com diagnóstico de esquizofrenia, em uso de antipsicóticos, atendidos no CAPS do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Foram verificados medidas antropométricas (peso, estatura, circunferência abdominal, percentual de gordura corporal), pressão arterial e tabagismo. RESULTADOS: A amostra constitui-se de 65% de homens. A média de peso encontrada foi de 75,39 ± 15,73 kg. O índice de massa corporal médio apresentou-se dentro dos parâmetros de sobrepeso (26,76 ± 4,78 kg/m²), sendo 55% dos pacientes com sobrepeso ou obesidade segundo a classificação da OMS/1998. A circunferência abdominal e o percentual de gordura corporal apresentaram-se elevados na maioria dos pacientes (62,5% e 92,5%, respectivamente). Adicionalmente, não houve associação significativa entre IMC e a classificação de antipsicóticos (típicos, atípicos, clozapina). Encontrou-se uma correlação entre o tempo de doença com o percentual de gordura (r = 0,39, p = 0,033) e escolaridade com o peso (r = 0,362, p = 0,046) e IMC (r = 0,372, p = 0,039). Na regressão linear, 13% da variabilidade do percentual de gordura foi explicada pelo tempo de doença (r² = 0,131, B = 0,233, p = 0,049); 13% da variação do peso foi explicada pela escolaridade (r² = 0,131, B = 1,415, p = 0,046) e 13,8% da variação do IMC foi explicada pela escolaridade (r² = 0,138, B = 0,411, p = 0,039). CONCLUSÃO: Os pacientes apresentaram níveis aumentados de circunferência abdominal, percentual de gordura corporal e peso. Aparentemente, o ganho de peso ocorre em todos os pacientes expostos a antipsicóticos, independentemente do tipo de medicação e de resposta clínica, e a qualquer momento ao longo da evolução da doença. Sugere-se que, adicionalmente, a avaliação dos hábitos alimentares e o acompanhamento nutricional desses pacientes, a detecção precoce de alterações associadas à exposição aos antipsicóticos, em especial a obesidade, e o registro de mudanças ao longo do curso da doença e perante exposição a diferentes apresentações, tipos e doses de antipsicóticos sejam essenciais para o entendimento mais preciso do ganho de peso.<br>OBJECTIVE: To evaluate the nutritional status of patients with schizophrenia attended in a social rehabilitation program (CAPS). METHODS:Cross-sectional study with 40 patients diagnosed with schizophrenia, in antipsychotic use, attended in CAPS of the Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Anthropometric measures were verified (weight, height, waist circumference, body fat percentage), blood pressure and cigarette smoking. RESULTS: The sample consisted of 65% of men. Mean of weight was 75,39 ± 15,73 kg and mean body mass index was within the parameters of overweight (26,76 ± 4,78 kg/m²), 55% of the patients with overweight or obesity according to the OMS/1998 criteria. Waist circumference and body fat percentage were high in most patients (62.5% and 92.5%, respectively). In addition, there was no significant association between BMI and antipsychotics drugs (typic and atypic, clozapine). We found a correlation between duration of disease with body fat percentage (r = 0.39, p = 0.033) and education correlated with weight (r = 0.362, p = 0.046) and BMI (r = 0.372, p = 0.039). In linear regression 13% of the variability in fat percentage was explained by disease duration (r² = 0.131, B = 0.233, p = 0.049), 13% of weight variation was explained by education (r² = 0.131, B = 1.415, p = 0.046) and 13.8% of the variation in BMI was explained by education level (r² = 0.138, B = 0.411, p = 0.039). CONCLUSION: Patients showed increased levels of waist circumference, body fat percentage and overweight. Apparently, the weight gain occurs in all patients exposed to antipsychotics, independent from type of drug and clinical response, and at any moment along illness evolution. It is suggested that in addition to food habits an nutritional assessment and follow-up, the clinician should take notes about early changes along the course of illness, changes of type and dose of drugs.
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