Summary: | Resumo Este artigo examina a produção da crença na escritora Cora Coralina como ponto de partida para a visualização de algumas feições contemporâneas do encontro entre economia e cultura, destacando a operacionalização de uma política da memória e a fabricação e perpetuação da crença em determinados bens culturais. A investigação das formas de mobilização dos sentidos a partir de instâncias de produção, circulação e consagração contribui para a visualização da economia simbólica nos acervos literários, um amplo empreendimento de alquimia social tecido pelos agentes envolvidos no campo de produção e circulação cultural ao fabricar e consagrar a autoridade da criação. Aqui nos interessa compreender como o campo literário absorveu as mudanças provocadas pela chamada sociedade dos consumidores com o intuito de visualizarmos as implicações da economia simbólica sobre a figura da autora, suas obras e o modo como a crença na assinatura confere legitimidade aos herdeiros se expandindo para o acervo literário (entendido como herança material e simbólica).
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