Summary: | O artigo demonstra que as preocupações manifestadas por José Bonifácio quanto ao uso destrutivo dos recursos naturais, especialmente das florestas, representam um elemento básico e recorrente no seu pensamento político. A análise da evolução dos seus escritos, entre 1790 e 1823, revela uma permanente ligação do autor com a corrente científica conhecida como "economia da natureza", que se originou na Europa do século XVIII e é considerada um dos elos genealógicos mais imediatos na formação posterior da "ecologia". A reforma profunda na relação com o meio natural no Brasil, superando o padrão predatório de exploração herdado do colonialismo, configurou um dos eixos centrais do projeto nacional de Bonifácio, que incluía uma indicação bastante precisa das políticas públicas que seriam necessárias para realizar este objetivo. Sua principal contribuição foi demonstrar a existência de uma relação de causalidade entre o escravismo e a destruição ambiental.
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