Porque não Existe Cancro Pulmonar Profissional em Portugal?(1)(1) Comunicação apresentada no X Congresso de Patologia Respiratória. Lisboa, Novembro de 1994.

RESUMO: O número total de casos de Cancro Pulmonar Profissional (CPP) identificados no Hospital de Pulido Valente e notificados à Caixa Nacional de Seguros e Doenças Profissionais é muito pequeno, tal como se verifica em relação à globalidade dos tumores malignos em Portugal.Entre as razões que cont...

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Bibliographic Details
Main Author: Agostinho Costa
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 1996-03-01
Series:Revista Portuguesa de Pneumologia
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0873215915311478
Description
Summary:RESUMO: O número total de casos de Cancro Pulmonar Profissional (CPP) identificados no Hospital de Pulido Valente e notificados à Caixa Nacional de Seguros e Doenças Profissionais é muito pequeno, tal como se verifica em relação à globalidade dos tumores malignos em Portugal.Entre as razões que contribuem para esta subnotificação apontam-se as dificuldades de diagnóstico, a falta de informação e a pouca valorização que é dada, pelos médicos, à história e à patologia ocupacionais.Com o objectivo de avaliar se existem factores relacionados com a actividade médica que justifiquem esta situação efectuamos o presente estudo que compreende duas partes: primeiro fomos analisar o tipo de informação relativa a factores de risco para o aparecimento de cancro do pulmão em 70 processos de doentes com este diagnóstico.Posteriormente, procedemos a um inquérito junto de 40 médicos internos da Especialidade e Pneumologistas, procurando averiguar os seus conhecimentos sobre CPP, a valorização dos poluentes ocupacionais e de outros factores de risco na colheita da anamnese e a importância dada à história e à patologia ocupacionais durante a formação.Os resultados do inquérito e da revisão dos processos permitiram concluir que:1- existem lacunas na informação referente ao CPP; 2- os médicos subvalorizam a história ocupacional, apesar de reconhecerem a sua importância; 3 - há uma opinião muito negativa em relação à forma como o assunto é tratado nas Faculdades e no Internato. SUMMARY: In Portugal the number of occupational lung cancers registered for compensation purposes is too small.This paper tries to evaluate why this happens. It consists of two parts: first we analise the quality of information about cancerigenic risks (smoking, occupational exposures) in 70 lung cancer patients files.On the 2nd part we try to know what 40 doctors think about their own information on occupational diseases, namely occupational lung cancer.As a result of these two studies we can get some conclusions: 1- there is a lack of information about occupational lung cancer; 2- doctors recognize that occupational history is important but in fact don' t care about it; 3- doctors desagree about teaching occupational diseases at university and resident hospitals. Palavras chave: Cancro do pulmão, doenças profissionais, Key Words: Lung cancer, occupational diseases
ISSN:0873-2159