Harry Potter e o sujeito da pós-modernidade

O presente artigo, uma reflexão crítica sobre o sujeito da contemporaneidade a partir de um de seus produtos - a literatura, especificamente a saga de Harry Potter - parte de quatro premissas básicas ligadas à teoria psicanalítica. As duas primeiras ligam-se aos estudos de Bruno Bettelheim acerca do...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Daniela Botti da Rosa
Format: Article
Language:English
Published: Conselho Federal de Psicologia
Series:Psicologia: Ciência e Profissão
Subjects:
Online Access:http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932008000300004&lng=en&tlng=en
Description
Summary:O presente artigo, uma reflexão crítica sobre o sujeito da contemporaneidade a partir de um de seus produtos - a literatura, especificamente a saga de Harry Potter - parte de quatro premissas básicas ligadas à teoria psicanalítica. As duas primeiras ligam-se aos estudos de Bruno Bettelheim acerca dos contos de fadas, e mostram as possibilidades de identificação do sujeito com as histórias infantis bem como a necessidade e pertinência do acesso à fantasia no mundo anímico da criança. A terceira toma de empréstimo a uma analista junguiana - Marie Louise von Franz - a noção de que as histórias podem funcionar como compensação de algo que está faltando aos sujeitos ou a uma época. A quarta premissa traz a marca da releitura freudiana feita por Jacques Lacan acerca da carência paterna no mundo contemporâneo, que se manifesta - entre outras possibilidades - na dissolução de traços nítidos de demarcação entre gerações e no afrouxamento do ato educativo. Procuramos questionar, neste artigo, partindo desses pressupostos, como a saga de Harry Potter pode sustentar novos traços identitários a partir de novas condições de subjetivação.
ISSN:1414-9893
1982-3703