Igreja e Estado nas Minas setecentistas: as festividades e a afirmação do poder régio
Este artigo tem como objetivo discutir o uso político das festas nas Minas setecentistas, notadamente as alusivas às comemorações de nascimentos, casamentos, exéquias régias, e do Triunfo Eucarístico como forma de afirmação do poder monárquico na capitania das Minas do Ouro. Não que as festas não pu...
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Format: | Article |
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Universidade Federal de Goiás
2013-12-01
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Series: | OPSIS : Revista do Departamento de História e Ciências Sociais |
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doaj-110dc9249bed4e33bb40bf446f0504f52020-11-24T23:19:52ZporUniversidade Federal de GoiásOPSIS : Revista do Departamento de História e Ciências Sociais1519-32762177-56482013-12-0113234837110.5216/o.v13i2.23434 Igreja e Estado nas Minas setecentistas: as festividades e a afirmação do poder régioJeaneth Xavier Araújo0Renato Silva Dias1UFMGUFMGEste artigo tem como objetivo discutir o uso político das festas nas Minas setecentistas, notadamente as alusivas às comemorações de nascimentos, casamentos, exéquias régias, e do Triunfo Eucarístico como forma de afirmação do poder monárquico na capitania das Minas do Ouro. Não que as festas não pudessem ser “lidas” de outras maneiras pela população, pois como espaços de ambiência múltipla, essas poderiam ser reinterpretadas pelos seus habitantes, notadamente pelos escravos africanos, que as liam segundo seus padrões culturais. Contudo, nota-se por parte da coroa – através da ritualização, do uso de símbolos políticos, das encenações do poder e da manutenção da hierarquia social nos cortejos – o desejo de afirmação dos laços de dependência e submissão dos vassalos ao rei, e de construção da imagem do monarca como pai, cabeça do reino, aspecto imprescindível à cultura política do Antigo Regime. Acredita-se que a monarquia lusitana se utilizou da política dos afetos na capitania das Minas do Ouro como forma de produzir o que Ansart definiu como “sentimentos políticos conformes”, ou seja, uma relação de dependência, de aproximação da população ao rei, fazendo-os aceitar o seu poder. As comemorações de festas régias demonstram a construção dessa relação simbólica, e política, entre a coroa e a população residente no planalto mineiro setecentista.http://revistas.ufg.emnuvens.com.br/Opsis/article/view/23434/15925#.Vv2BjvkrLcsIgrejaEstadopoderfestas |
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Este artigo tem como objetivo discutir o uso político das festas nas Minas setecentistas, notadamente as alusivas às comemorações de nascimentos, casamentos, exéquias régias, e do Triunfo Eucarístico como forma de afirmação do poder monárquico na capitania das Minas do Ouro. Não que as festas não pudessem ser “lidas” de outras maneiras pela população, pois como espaços de ambiência múltipla, essas poderiam ser reinterpretadas pelos seus habitantes, notadamente pelos escravos africanos, que as liam segundo seus padrões culturais.
Contudo, nota-se por parte da coroa – através da ritualização, do uso de símbolos políticos, das encenações do poder e da manutenção da hierarquia social nos cortejos – o desejo de afirmação dos laços de dependência e submissão dos vassalos ao rei, e de construção da imagem do monarca como pai, cabeça do reino, aspecto imprescindível à cultura política do Antigo Regime. Acredita-se que a monarquia lusitana se utilizou da política dos afetos na capitania das Minas do Ouro como forma de produzir o que Ansart definiu como “sentimentos políticos conformes”, ou seja, uma relação de dependência, de aproximação da população ao rei, fazendo-os aceitar o seu poder. As comemorações de festas régias demonstram a construção dessa relação simbólica, e política, entre a coroa e a população residente no planalto mineiro setecentista. |
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