Depósitos de plataforma mista, Neocarbonífero da Bacia do Amazonas, região de Uruará, estado do Pará

Rochas carbonáticas são amplamente registradas na região oeste e centro-oeste do Estado do Pará, borda Sul da Bacia do Amazonas, correspondentes ao período Neocarbonífero. Esses depósitos são incluídos na sequência pensilvaniana-permiana correspondente a uma super sequência de segunda ordem represen...

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Bibliographic Details
Main Authors: Pedro Augusto Santos da Silva, Jhon Willy Lopes Afonso, Joelson Lima Soares, Afonso César Rodrigues Nogueira
Format: Article
Language:English
Published: Universidade de São Paulo 2015-06-01
Series:Geologia USP. Série Científica
Subjects:
Online Access:http://www.revistas.usp.br/guspsc/article/view/100669
Description
Summary:Rochas carbonáticas são amplamente registradas na região oeste e centro-oeste do Estado do Pará, borda Sul da Bacia do Amazonas, correspondentes ao período Neocarbonífero. Esses depósitos são incluídos na sequência pensilvaniana-permiana correspondente a uma super sequência de segunda ordem representada pelo Grupo Tapajós. A Formação Itaituba corresponde à porção transgressiva que precedeu a expressiva continentalização e formação de Pangeia. Essa unidade é constituída de carbonatos fossilíferos, arenito com estratificação cruzada e subordinadamente folhelhos e evaporitos de ambiente marinho costeiro. Dezenove fácies e microfácies foram agrupadas em cinco associações de fácies (AF) correspondentes a depósitos de planície de maré (AF1), canal de maré (AF2), laguna (AF3), barra bioclástica (AF4) e plataforma externa (AF5). A AF1 compreende ciclos de exposição subaérea com formação de gretas de contração e deposição subaquosa, composta de brecha dolomítica, dolomito fino laminado e dolomudstone com terrígenos separados por arenito maciço piritoso e dolomito fino silicificado. A AF2 consiste em arenito fino com laminação cruzada de base reta e recobrimento pelítico nos foresets, siltito argiloso com laminação cruzada, marga com laminação cruzada cavalgante e arenito grosso com estratificação cruzada com recobrimento pelítico nos foresets. Falhas sinsedimentares afetam os arenitos e siltitos. A AF3 é constituída de siltito maciço avermelhado, mudstone fossilífero, floatstone com braquiópode e folhelho negro piritoso maciço. A AF4 é representada por grainstone oolítico fossilífero e grainstone com terrígenos e fósseis de braquiópodes, equinodermas, bivalves, moluscos e subordinadamente artrópodes, briozoários e foraminíferos. A AF5 associa-se a uma plataforma composta de wackestone fossilífero, wackestone fossilífero com terrígenos e mudstone maciço. A assembleia fossilífera é representada por foraminíferos, braquiópodes, bivalves e, subordinadamente, briozoários e equinodermas, que atestam um ambiente costeiro de salinidade moderada e profundidade baixa com intensa proliferação de organismos bentônicos. O modelo deposicional da Formação Itaituba, na região de Uruará, foi atribuído a um sistema lagunar e de planície de maré conectado a um sistema de plataforma marinha carbonática. As lagunas eram bordejadas por planície de maré na porção mais continental e periodicamente supridas por aporte de terrígeno fino (silte) que inibia a precipitação carbonática. Barras bioclásticas cortadas por canais de maré (inlet) separavam a laguna da plataforma rasa com maior abundância de fósseis marinhos bentônicos, registrando o início de uma transgressão marinha neocarbonífera na Bacia do Amazonas advinda de NNW.
ISSN:2316-9095