Summary: | Resumo Durante a missão etnográfica e linguística Dacar-Djibuti (1931-1933), o escritor e etnógrafo Michel Leiris demonstrou interesse, em uma carta endereçada à sua esposa em Paris, em realizar uma etnografia da corrida de touros espanhola. Tal ideia jamais se concretizou. Este artigo, orientado por um raciocínio conjectural, descreve os fatores que impediriam a realização desta ideia no âmbito da etnologia francesa, caso ela fosse colocada em prática. Mas não basta para tanto compreender somente quais eram os métodos etnográficos então vigentes e a posição de Leiris diante deles; é preciso examinar também o estatuto marginal e ambíguo da Espanha tanto na epistemologia etnológica como no regime identitário europeu, dois sistemas simbólicos que se encontram profundamente imbricados.
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